terça-feira, 16 de outubro de 2007

Teoria Moderna da Evolução

Teoria evolutiva moderna foi construída em torno dos conceitos que Darwin descobriu sobre a evolução. Entretanto, Darwin não conseguiu resolver o problema indicado no título de sua obra, a "Origem das Espécies". A razão principal foi à incerteza que Darwin tinha sobre a natureza da espécie, que hoje em dia tem sua definição como: são grupamentos de populações naturais intercruzantes, reprodutivamente isolados de outros grupos com as mesmas características. Atualmente, os conceitos de mutação, variação, população, hereditariedade, isolamento e espécie são muito melhor entendidos e definidos. Na verdade, a teoria moderna sobre a evolução dos seres vivos selecionou os melhores aspectos das hipóteses antigas, combinando-os de uma maneira nova. Ela é, apesar de possível graças à conjugação de vários fatores, essencialmente uma teoria de dois fatores básicos, encarando a diversidade e a adaptação como resultados da produção contínua de variação e dos efeitos seletivos do ambiente. Toda variação ou mudança de uma característica estrutural em uma espécie, animal ou vegetal, vem das mutações genéticas que ocorrem ao acaso e com intervalos de tempo indefinidos (desde dias até milhares de anos) nos indivíduos que o formam. A mutação - alteração na constituição genética em um dos dois gametas que formarão um novo embrião - irá gerar uma variação na estrutura que poderá ser vantajosa, prejudicial ou sem importância para a adaptação do indivíduo ao seu meio ambiente. A seleção natural, que fixa duros padrões e constitui uma peneira pela qual só passa uma minoria, irá atuar no sentido de "por a prova" tal variação. Sendo vantajosa para o indivíduo, terá enormes chances de ser preservada e passada para as gerações futuras. Caso seja prejudicial fará com que o indivíduo tenha poucas chances de sobreviver ou não permitirá que o indivíduo sobreviva e se reproduza. As variações sem importância, nem vantajosas nem prejudiciais, não são afetadas pela seleção natural e passam para as gerações seguintes de forma oscilante. A seleção natural, sendo sempre muito oportunista e selecionando qualquer tipo de mecanismo que ajude a preservar a variabilidade genética, está pronta em cada geração para tomar uma direção nova. A seleção é um dos fatores mais importantes que induzem mudanças evolutivas e afetam a freqüência de genes na população. Não é, entretanto, o único. Entre os outros fatores está o acaso, muitas vezes responsável pelo desvio na direção da evolução.

Exemplo: um macho produz bilhões, e a fêmea centenas, de gametas durante a vida. Apesar disso, um casal só pode produzir, no máximo, dependendo da espécie, uma centena de filhotes. O acaso é responsável pela escolha dos gametas que formarão os embriões que terão sucesso. Então a mutação é, em grande parte, governada pelo acaso, antes de ser testada pela seleção natural. A mudança evolutiva, como já vimos, é um processo de dois fatores básicos. O primeiro é a produção de variação genética que ocorre na reprodução sexual dos seres vivos, onde o acaso é o regente supremo. O segundo estágio é a escolha dos genótipos (constituição genética da prole) que produzirão a geração seguinte, e, aqui, domina a seleção natural, enquanto o acaso exerce um papel muito menos importante. Temos assim, uma conclusão muito interessante: o acaso causa desordem, a seleção natural organiza. O acaso é desorientado, a seleção é direcionada. O acaso freqüentemente destrói, a seleção costuma criar. Contudo, o acaso e a seleção natural, não apenas coexistem, como, pode-se dizer, colaboram harmonicamente para a evolução dos seres vivos.

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